sexta-feira, 23 de abril de 2010

A colheita de café em Ilicinea

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     A colheita de café em Ilicínea gera no mínimo 1200 empregos diários durante os meses de abril, maio, junho, julho e agosto, sendo 400 carteiras assinadas, segundo estimativas do Sindicato dos Trabalhadores Rurais local. São 952 produtores rurais cadastrados na Emater de Ilicinea. Na agricultura familiar são 800 pequenos agricultores e mais 152 médios produtores que necessitam contratar mão de obra temporária para colheita do café. Duas cooperativas, a COOPAPI (Cooperativa Agropecuária de Ilicínea) e a CAPEBE (Cooperativa Agropecuária de Boa Esperança) armazenam e comercializam a maior parte da produção de café da cidade.
     É comum neste período faltar mão de obra e os fazendeiros buscam trabalhadores no norte de Minas Gerais para colher o café na época correta, evitando que chegue o período de chuvas sem apanhar os cafés. Muitos nortistas que vem para Ilicínea na safra de café, ficam por aqui e o logo se ajeitam nas fábricas de costuras que é outra grande geradora de emprego. O relevo montanhoso da região favorece uma maior geração de emprego neste período, pois o uso de máquinas para apanhar café aqui é usado em escala menor, já que a máquina só trabalha em locais planos ou de fácil acesso substituindo muitos  trabalhadores. Mas a derriçadeira de café manual que trabalha por aproximadamente 4  pessoas não impede o trabalho nos locais de ladeira e de difícil acesso.   
     Houve uma melhora no transporte coletivo de trabalhadores que durante anos foi de trator e caminhão. Hoje de acordo com a lei somente pode ser feito por ônibus, vans ou automóveis que dê o mínimo de segurança. A vigilância sanitária também exige que todas lavouras de café tenham refeitórios e banheiros ecológicos para os trabalhadores. Mas por mais que haja fiscalização a maior parte dos cafeicultores não cumprem as exigências estipuladas atualmente. Ainda é comum o transporte de trabalhadores fora das normas.
     Assim como a máquina vem a substituir o homem na lavoura, o MULTIRÃO foi substituído pela MARCA. O MULTIRÃO, raro nos dias de hoje, acontecia numa época que faltava mão de obra e as pessoas todos os sábados reuniam-se em uma lavoura de um pequeno agricultor com o objetivo de auxiliar na colheita, sem remuneração e de voluntário.Um almoço caprichado com muita fartura era oferecido aos trabalhadores, e no fim da tarde comes e bebes. Na época de meu avô costumavam comemorar com os famosos bailes na roça. Já a MARCA é um trabalho em conjunto da agricultura familiar, ou seja, cada dia o grupo de agricultores reúnem na lavoura de um pequeno agricultor barganhando dias de trabalho, um modelo onde a colheita planejada diminui os custos de produção, gerando maior rentabilidade ao homem do campo.

 

    Matéria de Vítor Eugênio.
Fotos de Lucinea Santos.




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