Filho de Antônio Gomes e Maria
Gomes, Sebastião Gomes era um menino saudável, esperto e muito levado que
morava na Fazenda do Doutor Osvaldo, na comunidade do Mato Grosso em Ilicínea.
Conhecido por suas travessuras, Tião levou vida normal até a adolescência,
quando adoeceu e foi levado para outra cidade para fazer tratamento de saúde.
Quando voltou à fazenda, o menino estava paraplégico e assim permaneceu pelo
resto da vida. Para os mais céticos, a explicação para a paralisia do menino
teria sido erro na aplicação de um remédio injetável, para outros, seria
castigo de Deus, pelas suas travessuras. Provavelmente faltaram recursos e
tratamentos médicos. Após a morte do
pai, mudou-se para Ilicínea. Com dificuldade de locomoção, perambulava pelas
ruas saltando sobre os calcanhares e apoiando as mãos no chão, sempre em
companhia da mãe.
Conta a lenda, que a meia noite, Tião se
levantava da cama, caminhava normalmente, e quando o dia amanhecia era tomado
pela paralisia. Segundo supersticiosos,
isso acontecia porque ele tinha parte com o demônio. Com o passar do tempo, a
mãe conseguiu uma carrocinha para transportar o filho. Diariamente os dois
transitavam pelas ruas, e nas paradas dona Maria pedia um cafezinho para o Tião,
por que muitas vezes quando ganhava um prato de comida ele costumava jogar
fora. Quando não era atendido, Tião
ficava muito agressivo. Era pouco higiênico, estava sempre resmungando, dizendo
palavrões e atirando pedras nas casas e pessoas. Algumas crianças, que não
tinham medo dele, faziam chacota, e a resposta sempre era em forma de palavrões
e pedradas. Com a morte da mãe, sua irmã assumiu o posto de acompanhante e a
saga continuou. Por um tempo, ele foi morar na Vila Vicentina, até que foi
encontrado morto, por causas naturais. Tião Gomes, foi mais um dos muitos personagens que povoam o imaginário popular de Ilicinea.
Quando eu era criança no inicio dos anos
80, eu morava com meus pais na Rua Áurea esquina com a Rua Brasil, local onde
todos os dias dona Maria Gomes carregando o
filho Tião Gomes na Carrocinha parava para descansar. Ao contrário das
outras crianças eu aproximava dos dois para conversar e buscava o cafezinho que
o Tião tanto gostava. Os dois moravam também quase no fim da Rua Aurea mais ou
menos 20 metros depois da Rua Tiradentes
numa casinha simples, onde hoje é casa número 926,
cerca de 500 metros da nossa casa. Por várias vezes a pedido de dona Maria
ajudei ela a transportá-lo na carrocinha na descida da Rua Brasil, devido a
dificuldade de descer a rua. Na época os meninos que gostavam de chacotear, me chamavam de motorista do Tião Gomes.
Matéria de Vítor Eugênio.
Fonte: Casa da Cultura de Ilicinea com adaptação de Vitor Eugênio.
E Vitinho, conheci o tiao Gomes desde meus 07 anos, inclusive sua mãe na época foi minha primeira professora, durante um ano la no Mato grosso o Tião Gome ja fazia suas peraltisse, corria atrás de nós com pedra, tinha dia que não conseguia ter aulas, fazia sua mae até dormir fora de casa, depois fui pra cidade estudar, ele continuou la no mato grosso, aconteceu em alguns dias, que eleaté, desmanchou toda uma casa tirando tijolo por tijolo. kk lendário tião gome.
ResponderExcluirO sujeito era mesmo muito levado. Agora temos mais dados para acrescentar à história dele. Viu como é só publicar que a mémoria vem a tona? É assim que a história perpetua.
ResponderExcluirWilma
Ele adorava ir lá pra casa na roça (Urtiga) meu pai (Antônio Sergino) punha ele no carro e levava, ele dormia lá junto com sua mãe e depois no outro dia meu pai os trazia de volta. sua mãe dormia no quarto na cama e ele agachado na copa. A gente só colocava um cobertor encima dele.sua mãe era uma pessoa muito sábia e prendada, aprendi a fazer crochê com ela. As vezes ele ficava agressivo, mas tbm coitado tinha todos os motivos pra isso. Pessoas adoráveis tanto a D. Maria gomes como o Tião Gomes!
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