domingo, 1 de maio de 2011

Uma homenagem no dia do trabalho

     Hoje 01 de maio de 2011 é o dia do trabalho.Para uns um dia qualquer, mas para muitos uma história de vida, uma luta em favor do trabalho e honestidade. Quero neste dia prestar homenagem às três pessoas que me deram oportunidades e me ensinaram a trabalhar: minha mãe Teresinha das Dores de Jesus, meu pai Lázaro Eugênio de Melo e dona Imaculada Lucarini. Minha mãe faleceu em 2009 aos 74 anos idade, trabalhou na enxada para cuidar da família e nos ensinou o principio da honestidade e a importância do trabalho. Quando eu era adolescente, ainda estudante meu pai me incentivou a trabalhar e caminhávamos todos os dias a pé mais de 20 km ida e volta para cuidar da lavoura na fazenda Cotia onde nasci. Algumas vezes éramos premiados com caronas. Hoje Lázaro de Melo tem 82 anos e ainda assim continua na luta, todos os dias ele tira o leite e cuida do seu gado. Dona Imaculada faleceu em 2010 aos 83 anos e foi a primeira a me incentivar a trabalhar, com ela ganhei meus primeiros centavos. Eu tinha apenas 10 anos e todos os dias antes de ir à escola eu levava almoço para ela nas fazendas em que trabalhava nos arredores de Ilicinea.
      Maria Imaculada Lucarini, conhecida como dona Imaculada ficou viúva aos 29 anos, mas não desistiu de lutar para criar e educar os filhos.Trabalhou na lavoura 20 anos, apanhando e adubando café e até mesmo carpindo. Pela dedicação e competência passou a administrar fazendas em Ilicinea, fazia pagamentos e era chefe dos serviços gerais. Durante longos anos tecia no tear e de porta em porta vendia colchas, artesanatos e chegou a viajar para várias cidades para vendê-los. Para incrementar receita nas horas de folga era cabeleireira. Foi serviçal nas Escolas Estadual Nossa Senhora Aparecida e Dona Maria Naves (hoje Escola Maria Nicésia) onde aposentou. Após a aposentadoria passou a trabalhar em serviço mais leve um pequeno comercio que cresceu e passou a ser Mercearia da Dona Imaculada.
    Dona Imaculada, descendente de Italianos disse que seus avós Zé Lucarini, Virgilio Bertolotti e Angelina Bertolucci vieram da Itália fugindo de uma guerra, mas a avó Francisca Teresa do Carmo era Brasileira. Dos descendentes Italianos ela contou que o avô Zé Lucarini emprestava dinheiro para as pessoas, como na época não utilizava a nota promissória a única garantia era um fio de cabelo do devedor, tradição que ele seguia religiosamente. O fio de cabelo valia mais que qualquer palavra de um homem, significava a honra e o compromisso com o credor.   Dona Imaculada passou por momentos difíceis na vida, muito otimista e persistente ensinou os filhos a trabalhar desde criança. Seu filho Adilson Lucarini também falecido foi outro exemplo de trabalhador, no bairro Planalto uma rua em homenagem a este carteiro que dedicou sua vida com serviços prestados aos Correios de Ilicinea.
Matéria de Vítor Eugênio.










2 comentários:

  1. Bom dia, Vitor...
    Parabéns pela matéria e por você mostrar que o trabalho é o que diginifica o homem!
    Parabéns Vitor!
    Juliano Cardoso

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  2. Essa reportagem tinha me escapado,só hoje a li.Que detalhe íncrivel: dar um fio de cabelo como garantia de pagamento!Que lição para muitas pessoas dos dias atuais!!Quanto ao sobrenome Lucarini:na verdade Lucarini são as pessoas nascidas na cidade de Lucca,norte da Itália,próxima a Pisa.Meu bisavô Cherubino(ou Querubino,em Portugues)Moscardine nasceu lá.Aqui em São Paulo tem uma grande colônia de Lucarini.Não conheçi Dona Imaculada,que história linda!!!

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