sábado, 15 de janeiro de 2011

Ilicinea do telefone público ao celular





     Em 1972 com a instalação do telefone público em Ilicínea as pessoas que antes  comunicavam somente através de cartas passaram a ter uma nova opção de se comunicar. Por longos anos para  se comunicar por telefone primeiro era preciso falar com uma telefonista  para completar a ligação e toda conversa se tornava pública. Em  dezembro de 1991 a  cidade foi interligada ao sistema DDD,  com isso as pessoas que tinham telefones nas residências tiveram a oportunidade de falar diretamente em qualquer lugar do país sem precisar de interlocutor, mas o telefone era privilégio de poucos e maioria da população ainda utilizava o telefone público. O processo de privatização das empresas de telecomunicações foi concluída em 1998 e as pessoas passaram a ter facilidades em adquirir um telefone fixo em casa, e nos dias atuais o celular é acessível a todos. Com a privatização vários telefones públicos (orelhão)  foram instalados na cidade, antes  apenas uma central  telefônica atendia a maioria da população Ilicinense  que não tinha telefones em casa.
     Em 2005 ficou pronta em Ilicínea a primeira torre de celular instalada na serra da Capoeira Velha pela concessionária Claro. A novidade surpreendeu  um dos usuários que ao fazer a primeira ligação relatou que teria ligado para a pessoa errada, pois uma tal caixa de mensagem teria atendido. Tempos depois a Telemig Celular(hoje Vivo Minas) instalou a torre no alto do Geribá, na antiga saída para Boa Esperança à  rua do Comércio próximo ao  escritório da Copasa, local conhecido como morro do Alá onde viveu o Zé do Vale, um personagem histórico na minha época de criança. Zé do Vale, recebeu este apelido porque morava no vale às margens da antiga rodovia Ilicinea –Boa Esperança. O morro ganhou este nome porque em época de chuvas com as estradas ruins viajantes vindos de Boa Esperança tinham dificuldades em chegar no alto  e quando chegavam ao avistar a cidade  dizia: alá  Ilicínea. A Tim foi a terceira operadora a instalar-se em Ilicinea.
     Hoje a  maioria da população Ilicínense  tem celular, graças a facilidade nas compras, o preço acessível  dos aparelhos e o baixo custo nas ligações.  O aparelho telefônico que era apenas privilégio de ricos ganhou as ruas e hoje é comum para todas as classes sociais.  A gigantesca expansão dos telefones celulares no Brasil deve-se a privatização e a melhoria do poder aquisitivo da população. O celular passou a ser um dos acessórios comuns no dia a dia do Brasileiro. Segundo a  Anatel em outubro de 2010  o Brasil ultrapassou pela primeira vez a marca de um celular por habitante e terminou dezembro de 2010 com mais de 200 milhões celulares. A população Brasileira de acordo com  dados do IBGE no Censo 2010 é de 190,7 milhões de habitantes.
     Nos cafezais de Ilicínea  o celular passou a ser utilizado pelos mais espertos quando trabalham por produção na época de apanhar o café,  ficam de olho nas ruas mais carregadas e para levar vantagem utilizam o aparelho para comunicar ao parceiro o momento certo de atacar . A atitude  não é proibida, mas desleal,  com isso na lavoura o sorteio de ruas nessa situação evita este tipo de vantagem. Para o uso indevido do celular   foi preciso tomar medidas mais duras com leis específicas proibindo o uso dos aparelhos em locais públicos com fluxo de dinheiro. Em  Minas Gerais entrou em vigor dia 12/01/2011 a lei  nº 19.432 que proíbe o uso de aparelhos celulares nas filas dos caixas  das agências bancárias e outras  instituições financeiras, incluindo caixas  eletrônicos. A medida visa combater a prática de assaltos conhecidos como “saidinhas de banco”, quando um integrante de uma quadrilha, no interior da agência bancária, usa o celular para descrever ao comparsa o cliente que acaba de fazer um saque. Quem  descumprir a lei poderá ser multado, pois o uso do telefone móvel nestes locais será permitido somente com a aprovação do gerente em casos de extrema necessidade.
 Matéria de Vítor Eugênio.




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