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O
Conselho de Cultura de Paz de Ilicínea foi constituído em 15 de março de 2014, como resposta aos anseios do
grupo de professores e servidores em formação da Escola Estadual Nossa Senhora
Aparecida e de representantes de outras entidades sociais e públicas presentes
na reunião, cujo tema voltou-se para a violência na comunidade escolar e, de
maneira geral, na cidade.
Por iniciativa da gestora
Professora Adriana Faria, a escola tornou-se um espaço de discussões de forma democrática, no qual os
participantes colaboraram amplamente para a compreensão das razões que resultam
em situações de violência. O Conselho, no dia 5 de Abril de 2014, deu,
portanto, continuidade a esse processo buscando ampliar o diálogo e as
reflexões sobre mediação de conflitos e promover ações preventivas em favor da
não violência.
Neste sentido, este
organismo social trouxe membros da sociedade civil, representantes de entidades
sociais, associações e outras organizações locais. Participaram representantes
do Rotary Club, da Loja Maçônica e Associação dos Pequenos Produtores da Congonha
de Baixo, membros das Igrejas Evangélica e Católica (Pastoral da Juventude),
órgãos de defesa (Conselho Tutelar), serviços públicos estaduais, do segmento
Segurança (Polícia Militar) e da Educação,
Direção da EENSA e professores da Escola Estadual Maria Nicésia.
O poder público fez-se presente na pessoa do Prefeito
Aluisio Borges de Souza, do Executivo local, e as secretarias municipais foram
representadas por profissionais do Centro de Referência da Assistência Social
(CRAS), professores e servidores municipais. Pela comunidade, cidadãos,
inclusive crianças e jovens, garantiam a participação efetiva das famílias de
Ilicínea.
O evento foi mediado por Vicente
Alves, Ilicinense residente em São Paulo-SP. Com experiência na capacitação de
professores e servidores da EENSA, ele relatou experiências sobre as ações em
algumas cidades dos Conselhos de Cultura de Paz, e sobre a formação específica
de voluntários e profissionais do serviço público. Destacou, também, os bons
resultados da formação de mediadores escolares entre os jovens que,
anteriormente, demonstravam atitudes agressivas no ambiente escolar.
Na reunião, propôs-se como
início de um plano de ação coletivo que as entidades e serviços públicos
organizassem algumas atividades para o próximo encontro que acontecerá no mês
de maio. O objetivo é que cada segmento promova a exposição dos seus serviços,
de forma a qualificar e ampliar o atendimento a crianças e jovens da Escola
Nossa Senhora Aparecida e suas famílias. Posteriormente, essa iniciativa poderá
atingir as demais escolas. Estabeleceu-se também que das discussões feitas, a
responsabilidade dos presentes em divulgar em suas instituições, exercitando o
diálogo e esclarecendo como as ações estão sendo feitas e para tanto, utilizar
das redes sociais e sites existentes.
A ação do Conselho termina por
estabelecer, na cidade, formas criativas e dialogadas de enfrentar os desafios
trazidos para os espaços educacionais e sociais. E propõe mediar a dinâmica de
vida de pessoas em desenvolvimento pessoal e social que, em alguns momentos,
respondem, na convivência, com ações que expressam alguma violência sofrida em
outros momentos de suas vidas.
O objetivo é ampliar a ação do
Conselho, criando os núcleos nos bairros e comunidades rurais. Com formação específica,
eles serão instrumento facilitador do cotidiano das pessoas e mediador de
conflitos pontuais que eventualmente surgem e exigem respostas simples,
resgatando os valores e atitudes saudáveis. Nestas discussões, a cidade vai
descobrindo formas criativas de conversar, praticando a comunicação não
violenta e exercitando a escuta ativa das necessidades das pessoas. Ou seja,
Ilicínea começa um processo democrático sério construído coletivamente para o
bem comum. Esta ação termina por se tornar significativa referência para as
questões exigidas na convivência no atual contexto das pessoas, disseminando
para outras cidades e região, fortalecendo a cidadania ampla e efetiva.
Assim, em momentos de maior
discussão, as ações do Conselho terminarão por conduzir um plano diretor da
cidade para o fortalecimento das relações entre pessoas e instituições. E a
importância principal dessas ações é mostrar aos jovens que podem e devem expor
seus pontos de vista, interferir positivamente nas questões educativas e socioculturais
da cidade, acatando as vivências das pessoas que, antes deles, descobriram a
importância de gestos de convivência saudável e acolhedora para as novas
gerações.
Reportagem: Vicente de Paula Alves